Friday, October 13, 2006

Eu não existo sem você

from: cris_vs


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver

Não há você sem mim
E eu não existo sem você

(Vinícius de Moraes)

Monday, October 09, 2006

Encontro de Vinicius, Jobim e Niemeyer

50 anos do "nosso Orfeu", brasileiro e carioca, mistura do mito grego com o morro.
O aniversário não ficou por menos e por uma destas conhecidencias do destino juntou se com o aniversário de 1 ano do Auditório Ibirapuera, projetado Niemeyer que teve sua primeira e última experiência de cenógrafo na peça "Orfeu da Conceição" musical de Vinicius e o então com jovem compositor e maestro Antonio Carlos Jobim.
Infelizmente ontem dia 08/10 foi o ultimo dia do espetaculo, mas para alegria geral da nação o show será exibido pela tv cultura.
Mais informações do espetaculo e outras coisas como poemas e textos de Vinicius.
http://www.viniciusdemoraes.com.br

Wednesday, October 04, 2006

Homenagem ao Malandro


"Quando eu morrer... não quero choro nem vela... quero um a fita amarela... gravada com o nome dela...
Se existe alma, se existe encarnação... quero que a mulata sapateie no meu caixão..
não quero flores, nem coroa com espinho... só quero choro de flauta, violão e cavaquinho...
Meus inimigos quer hoje falam mal de mim... vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim"


"esta gente hoje dia, que tem a mania da exibição, não se lembra que o samba não tem tradução no idioma francês... tudo aquilo que o malandro pronuncia com voz macia é brasileiro já ultrapassou o português... "

“Amor, lá no morro é amor... as rimas do samba não são I Love You...
Esse negocio de Alo Boy, Alo Jhon, só pode ser conversa de telefone...”

Aracy de Almeida

Sunday, October 01, 2006

Uma Mini História do Jazz

Jack Kerouac


“O sax alto estava nas mãos de um luminoso jovem negro, estilo Charlie Parker, um garotão de dezoito anos, bocona escancarada, mas alto que os outros, e grave. Ele ergueu seu sax e gemeu cola e pensativamente, extraindo Frases como pássaros, como se fosse o próprio Bird Parker, e deixando-as suspensas com a lógica arquitetônica de Miles Davis. Era herdeiro dos grandes inovadores do Bop.

Outrora fora Louis Armstrong mandando ver nos lamaçais de Nova Orleans; antes dele, os músicos loucos que entravam nas paradas, aos feriados, e desfaziam as marchas marciais transformando-as em puro ragtime. Então surgiu o swing, e Roy Eldridge, vigoroso e viril, quase explodindo seu trumpete ao arrancar dele sonoras ondas de poder, sutileza, astúcia e requinte lógico – inclinado, com os olhos radiantes e um sorriso encantador, fazendo todo o universo do jazz gingar junto com ele. Então chega a vez de Charlie Parker arrombar a cena: era apenas um garoto morando num casebre de madeira com a mãe em Kansas City, soprando seu sax-alto todo remendado, entre as toras de madeira, praticando somente nos dias de chuva, fugindo vez ou outra para assistir a banda do velho Basie e de Benny Moten, que tinha Hot Lips Page e todo resto – então Charlie Parker se mandou de casa e foi para o Harlem encontrar o louco Thelonious Monk e Gillespie, mais louco ainda – Charlie Parker, que na juventude andava em círculo enquanto tocava. De alguma forma mais moderna, mais inovador de que Lester Young, também nascido em Kansas City, aquele singelo e sombrio bobalhão no qual toda história do jazz está envolta – porque ao erguer seu sax, retilíneo e horizontal, sempre colocado ‘a boca seca e calejada, ele soprava melhor do que qualquer outro; mas à medida que deixava o cabelo crescer ia ficando mais preguiçoso e desleixado, deixando o sax cair à meia altura; até que ele ficou definitivamente apontado para o chão e hoje, calçando seus sapatos de sola largar para não se desgastar nas calçadas dessa vida, Young o sustenta debilmente mantendo-o sempre de encontro ao peito, tocando notas fáceis- e, ainda assim, cool. E eis aqui as crianças da noite bop americana.”